A Fogueira

Ando na direção da fogueira, tentando assimilar tudo o que vinha acontecendo nos últimos meses. Enquanto andava por aquele lugar eu já podia sentir a nostalgia pela qual eu passaria nos anos a seguir.
Já em frente a fogueira, fecho meus olhos e tento deixar a mente vazia, porém, era muito difícil, na verdade, impossível.


" Pai, sera triste ter que deixar tudo para trás, porém me esforçarei para seguir essa jornada. Não sei se isto te chateia, mas não pretendo orar agora, neste momento, tudo o que eu quero é poder me expressar através da minha flauta "

Retiro de minha mochila uma flauta azul, uma ocarina, e sopro esta, fazendo diversas notas que misturam-se em belos sons, tristes em sua felicidade e felizes em sua tristeza. No momento em que começo a tocar, sinto o coração realmente calmo e mesmo sem querer, começo a orar para Apolo

" Pai, muito obrigado, por fazer encontrar lucidez na musica, não consigo me expressar de outro jeito, e nem sinto que é necessário. Na verdade, quero que saiba que estou feliz, pois se não fosse seu filho, provavelmente eu não teria o dom das melodias em minha alma, a unica coisa que realmente me acalma "

Paro de tocar a ocarina para poder ao invés de pensar, falar em voz alta

- Quero poder mostrar para o mundo o poder que a musica tem, e a capacidade dela de iluminar tanto como o sol. Então me abençoe, pai, e prometo que seguirei seus passos!

Reclamado Filho de
Apolo
Deus do Sol, da Música, da Poesia e das Profecias

Já era tarde, o por do sol caia ao horizonte, muito dos campistas ainda não se ocuparam para à hora do jantar, e os poucos que havia ali não pareciam ligar para minha presença que se ocupava diante da chama que tremulava com a brisa trazida pela noite. Isso era bom, um pouco de privacidade por enquanto, pensei comigo mesmo.
Diante do dia que tive, pareceu que finalmente ficou claro uma a coisa ou pelo menos de quem poderia ser minha matriarca divina!
Diante da fogueira, que jazia uma fogueira dourada fraca, e que começava a ganhar uma tonalidade, mas imponente com o começo da noite. Eu me ponho de joelhos, em sua frente e sussurro, para ela.

- Deuses do Olímpo, senhores imortais, eu Scott Pilgrim, peço que vocês chamem á deusa que sempre esteve ao lado de vocês na hora da vitória, a mística alada, que acho ser minha progenitora – Parei, respirei fundo e continuei, falando, mas para mim mesmo, do que para qualquer um que estivesse me ouvindo – Sei que não á provas de nenhum filho de Niké ainda, e que mesmo eu dizendo qualquer coisa, não há realmente certeza de que sou mesmo seu filho, ou se faço isso apenas para me livrar do amontoado chalé de Hermes. -

Mesmo concentrado no que dizia, dava para se ouvir os barulhos das pessoas se aproximarem do salão de jantar, vozes, músicas e risadas vinham como a calada da noite, e eu não queria que todos me vissem ali, não por vergonha, acho que, mas por medo de ter que me explicar depois...


-E antes de eu ficar enrolando cada vez mais com meu discurso, eu apenas digo, que se a senhora Deusa das vitórias, que consagraram nosso mundo, aceitar-me como teu filho, juro honrá-la... E como motivo trago isso, a moeda ganhada numa aposta com um filho de Hermes, prova de que até mesmo um filho de Deus menor, pode ser melhor do que os outros – Atiro minha á moeda na fogueira, que sofre uma alteração leve de cor, quase imperceptível, e em segundos o Dracma, é consumido pelas chamas - Bem acho que é só isso mesmo.-

Viro-me, vendo que algumas das mesas já haviam sido preenchidas por campistas, e que nem todos tiveram tempo de me verem ali na frente da fogueira, como muitos já fizeram. Eu saio dali, andando silenciosamente sem querer ser notado, e me sento com alguns filhos de Hermes, ou apenas meio-sangues sem pais, desfrutando de uma risada sem graça, com alguns que me viram ali, pedindo para ser reclamado, e no final encaro tudo aquilo com um olhar sonhador aos céus, em espera de uma reposta.

Reclamado Filho de
Niké
Deusa da Vitória

[justify]Antes de tudo, queria deixar bem claro os momentos de frieza que passei com meu pai, achei que seriamos a família feliz mas não passávamos de protótipos. Um resumo de tudo que passei antes de descobrir que eu não sou aquilo que eu achava que era, aquela mulher que pensei que fosse ser minha mãe não era, minha mãe tinha me deixado a muito tempo. E por que, por que minha mãe é Hebe.
Por ter o privilégio da eterna juventude, era a donzela consagrada aos trabalhos domésticos. Todos tiravam proveito dela, encarregada de tudo, os trabalhos do Olímpio, era obrigada a isso. Mas depois de uma situação pela qual passou decidiu que não seria mais a empregada do Olímpio, eu teria que tomar essa atitude agora, teria que ser igual a minha mãe.
Mas para onde iria? Não tinha nenhum sinal, nenhum sussurro na consciência, nada de minha mãe, só a minha aparência jovial não sei se era bom o ruim, mas eu sempre estava daquele mesmo jeito. Meu pai não tinha se importado de me ver saindo de casa, ele até se ofereceu para me levar ao lugar que minha mãe tinha dito. O acampamento.
E cá estou eu, na frente de uma fogueira, só espero que dessa vez ela me ouça.

-Não sou muito boa com as palavras, mas Lady Hebe, mãe se me permite. Quero que todos me conheçam como você que não deixou que os outros trilhassem o seu caminho, só me aceite me reclame me dê algum lugar junto a ti, deixe-me sentir a pureza da juventude nos seus braços acolhedores deixe-me sentir a pureza e a serenidade de quem deu a vida. Preciso lhe agradecer de algum modo.

Assim dando o termino em minha prece, olhei para as chamas dançantes da fogueira esperando por alguma resposta.

"Olá,gostaria de dizer que eu Helena farei uma oração e vocês Deuses poderão decidir de quem serei filha dependendo de como for minha ficha"

Me aproximei da fogueira,o dia estava claro mas ainda sim estava muito frio,andava com minhas mãos em volta das Luvas,meus olhos brilhavam cada vez mais que eu me aproximava da fogueira,fiquei meio confusa todos estavam orando para que seus pais os reclamassem mas eu estava em constante duvida,como eu poderia me ajoelhar e fazer uma oração para minha mãe que devia ter tido a obrigação de me reclamar,mas como eu não gostava nada do chalé de Hermes,me ajoelhei ao chão e com algumas palavras o ar estava sendo cessado;
- Olá mãe,bom pelo que parece você não me reclamou então estou rogando pela senhora,me reclame por favor sou uma ótima lutadora,sei manejar muitas armas mãe,meu rosto e mais bonito do que de qualquer uma,eu sou inteligente,rápida,gosto muito de construir coisas,mãe eu lhe rogo por favor me reclame que eu jamais farei a senhora sentir vergonha de mim,serei uma das melhores filhas que você pudesse imaginar,você deve saber o quanto eu odeio aqueles meninos idiotas e aproveitadores do chalé de Hermes,mãe me tire daquele sufoco
Me levantei,limpei meus joelhos e me sentei para observar o fogo

veja me como uma rosa

Arrumei meus cabelos loiros de um jeito que ficassem para trás, mas sem deixar um fio desarrumado, eu tinha algumas deduções sobre quem era minha mãe não era normal o que eu fazia sempre todos os dias e não me esforçava para aquilo, tinha que ser ela. Pensava nisso todas as manhas, quando cheguei aqui estranhei tudo e todos, definitivamente não era um acampamento normal, mas como se aquilo importasse nada na minha vida era normal não agora que eu sabia boa parte da minha vida que tinha sido mantida em segredo.
Tinha vindo para cá para descobrir se ela realmente era minha mãe e se eu tinha mesmo uma irmã, gêmea. Tudo bem hoje eu tinha tempo para descobrir tudo isso, e não ficaria mais nesse chalé peçonhento.
Andei calmamente até a fogueira não sabia o que iria falar, mas o importante é que eu já sabia para quem iria fazer a oração, o vento gélido fazia as chamas dançarem. Fiquei um pouco afastada dos outros, isso era entre eu e minha mãe, não queria que ninguém mais escutasse.

" Afrodite, tenho muito a dizer mas não sei por onde começar, bem na verdade sim. Quero que me aceite como todas que aceitou até agora, quero apenas um lugar, desfrutar de sua beleza. Abençoar os caminhos dos apaixonados perdidos em seus desejos mitológicos! Seus amores possíveis, impossíveis, platônicos e de verão. Sei que posso acabar com muitos também, quero que essa liberdade venha de você, que eu possa chamá-la de mãe"

Olhei para o céu estrelado a fumaça da fogueira subia constantemente. Apertei minhas mãos em meu peito, fechei meus olhos por alguns segundos para sussurrar minhas ultimas palavras.

" Me aceite como sua filha e mostrarei minha eterna gratidão"

Descansei meus braços assim que as últimas palavras saíram da minha boca.