Escolta de Nietz e Kállista ~ Hegulos Crouch

Meu infortúnio começava naquele momento.
Enquanto era arrastada por aquela asiática antipática, limitava-me a pensar em somente duas coisas: Onde estava o resgate do tal acampamento e ... bem, certamente a garota era um monstro.
E ela não demora a mostrar as garras, ou pior, as minhas próprias garras.
Eu não tinha muita experiência em batalhas, porém, lutar contra mim mesma parecera-me um tanto apavorante, talvez realmente fosse.
Olhando bem, até que eu era jeitosinha. Mas a coisa não estava para brincadeiras naquele instante, ou melhor, nunca estaria.

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Ela brande suas lâminas. "Morrerei" penso.
Ao menos meu TDAH manteria-me viva por alguns minutos. Retiro minha espada da bainha, eu estava ligada em tudo ao redor, procurando aparar seus golpes com minha única espada (covardia, produção!) e desviando de suas investidas, recuo até encontrar algo que me sirva, temporariamente, de escudo. Estávamos no refeitório, reconheci, por isso, porque não haveria de ter uma lata de lixo esperando que uma semideusa usasse sua tampa como escudo?!

Caso encontre-o, parto para a luta. Usando meu novo escudo para segurar seus diversos golpes contra mim, e me virando para dar conta da outra espada que minha oponente portava, aguardo o momento, ângulo e uma boa oportunidade para fazer o que se segue: Certamente, enquanto minha lâmina choca-se contra a dela, assim como meu "escudo" contra a sua outra, sua guarda abaixaria aos poucos, e isso me daria um tempinho para, com a parte chata de meu gládio, eu procurasse astuta o cabo de sua espada de maior desequilíbrio - mesmo que as duas fossem bastante equilibradas - e "empurrá-lo" com força, para assim desarmar a oponente e manter a luta justa.

Se, uma infelicidade, eu não consiga o escudo improvisado, mantenho-me sempre na defensiva, se necessário procuro sempre desviar-me de suas investidas, eu não daria conta tão fácil de duas lâminas. E me defendo da maior e melhor maneira possível, se achasse uma brecha de descuido da metamorfa, ótimo, eu contra-atacaria.

Um pouco horrorizada, mas sem perder a consciência do que estava acontecendo, recuo sentindo-me mais que ameaçada pela... Coisa.

“Meu poder derradeiro” lembro-me. Se era derradeiro, agora ela não se transformaria em mais nada.

Antes que ela resolva me fatiar, ainda recuando, procuro uma de suas espadas no chão do refeitório; se encontrar e esta estiver ao meu alcance, antes de pega-la, utilizo meu escudo temporário como um “bumerang”, porém com o peso e o formato do material, se a tampa não atingisse minha oponente ela não voltaria para minhas mãos. A metamorfa poderia acabar em segundos com minha tampa de panela, mas talvez minha vantagem aumentasse se eu obtivesse duas lâminas.

Caso consiga a espada, traço um plano que poderia ser chamado de suicídio. Procuro fazer com que ela me encurrale, assim quando esta estiver próxima, traço um arco respectivo com ambas as lâminas, primeiro uma e depois outra. Suas garras não seriam tão longas como o alcance das minhas espadas e talvez isso me ajudasse. Esse arco a atingiria mesmo se ela estivesse no ar, a uma altura considerável, claro. Com este arco eu pretendia, ao menos, defender-me enquanto, por sorte, decepo sua mão, ou atinjo-a em qualquer parte do corpo.

Se, por ventura, eu não consiga sua antiga espada, após recuar, permaneço-me parada, esperando um ataque do monstro.
Se a coisa atacar de frente, golpeio-a com minha espada. Pela direita, desvio rolando pela esquerda levantando minha guarda com a lâmina em punho. Pela esquerda, faço o mesmo movimento anterior, só que ao contrário. Se ela resolver utilizar suas asas horrendas de dragão e voar, abaixo-me e, deitando de “papo para cima” e, com meu gládio na vertical, tendo fazer um corte longo e profundo a medida que ela voa para cima/por cima da minha pessoa.

Defendo-me desviando, me esquivando ou rolando, dependendo da forma do seu ataque, em todos os momentos descritos a cima.

Sua transformação havia me deixado um pouco mais horrorizada do que antes, mas nada que me impedisse de lutar pela minha vida, totalmente ameaçada, quase no fim.
Deixei que escapasse de minha boca um baixo lamento. Aquele ferimento ardia, obviamente, mas ao menos eu havia conseguido atingir a fúria.
E pretendo conseguir novamente.
Brandindo minha espada, fui em direção à fúria.
Quando estiver a uma distância considerável, realizo um movimento diagonal em que minha espada direita siga o curso "de baixo para cima" e, resolvendo engana-la - se tivesse sorte-, simulo esta ação pela direita, quando, na verdade ela irá acontecer pela esquerda, utilizando a força da inércia. Este feito seria seguido pelo mesmo ato, com diferença que desta vez será executado com minha espada esquerda, desse modo, além de conseguir me defender, ela não teria outra alternativa a não ser deixar ser atingida, no mais, não daria até mesmo para que ela levantasse voo.
Me defendo sempre de todas as maneiras possíveis, rolando, desviando, recuado e o diabo a quatro.

A desgraça logo se transmuta novamente, porque diabos ela não permanecia com uma única aparência?!
"Morrerei, não matarei" penso, eu realmente era um desastre.
Jogo minhas lâminas no chão e corro em direção a ela, ela poderia começar a carnificina.
Caso ela dê o primeiro sinal de ataque, fico na defensiva (a infeliz certamente teria que se aproximar, e eu não estava nem um pouquinho a fim de me chocar contra ela), e quando a aproximação acorrer golpeio o ar com a lâmina esquerda para que a mesma detenha a chegada, logo depois dou passos rápidos em direção a ela, enquanto golpeio-a no lugar mais próximo que conseguir, se conseguir, por ventura, se não tiver chance de golpeá-la e ela continuar a se aproximar, quando ela chegar a uma distância em que seu curso não possa ser mudado e ela não possa se defender jogo minha espada contra ela .
Caso não aconteça como previsto acima, e a bitch não se aproxime, resolvo fazer uma iniciativa, indo em direção a ela com ambos os gládios sinalizando ataque e logo começo uma série de investidas diagonais até que eu acerte ela alguma mísera e única vez.
Permaneço-me sempre a defender quando for necessário, rolando, desviando, agachando-me, recuando e etc.

Levanto-me rápida, uma coisa que o minotauro possui é velocidade. Eu havia acabado de perceber que a cada ataque uma nova transmutação ocorria, quiçá fosse uma mera coincidência, ou os metamorfos precisassem disso para, quem sabe, poupar energia?! E, se eu estivesse correta, o monstro começaria a se transformar novamente, em questão de minutos.
Eu estava fudida em maus lençóis.

Quando o minotauro estiver a se aproximar, avanço contra ele. Prestes a nos chocar, rolo para direita ou para a esquerda (por onde estiver mais chances de fuga), e enfio minha espada em sua canelona, rasgando-a. Caso minha breve teoria esteja certa, esse será o momento em que estiver ocorrendo uma outra transmutação.
Utilizo de esquiva para demais defesas.